A Nova Era Trump
- jornaldeapoioedito
- 21 de jan.
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Atualizado: 29 de jan.
Empossado no dia 20 de janeiro de 2025 nos EUA, o senhor Donald Trump volta ao governo do seu país em um momento de incertezas para todo o planeta. A nação estadunidense, ainda que muito poderosa, divide o espaço geopolítico com outros atores, tanto no comércio e na tecnologia, quanto militarmente. No discurso de posse do senhor Trump, o bordão da campanha eleitoral continuou, pois ele garante que vai tornar a América grande NOVAMENTE. Esse NOVAMENTE, é o reconhecimento de que há um declínio.

O bordão "Make America Great Again", (Torne a América Grande Novamente), adotado por Trump nas duas candidaturas (2016 e 2024), é antigo e foi criado pelos republicanos na eleição de Ronald Reagan em 1980. A sua popularização, porém, veio com as duas campanhas de Trump.
Caneta em punho, e com a mesma arrogância de astro de TV, marca registrada do magnata que em 2004 fez sucesso apresentando o reality show The Apprentice no canal NBC nos EUA, Trump assumiu o governo cumprindo a promessa de campanha metralhando tudo e todos com palavras sobre o que pretende fazer. Ele deu recados ao país e ao mundo assinando as dezenas de ordens executivas que ele usava como ameaças antes da posse.
A impressão que o 47º Presidente estadunidense quis causar é que foi lhe dado poderes que ele pretende usar, tanto em ações políticas domésticas, quanto nas relações internacionais. Não há como negar que ele encarna o estilo xerife, adorado pelos estadunidenses, que levam a sério a ideia de tornar a América grande NOVAMENTE.
O que ficou claro no seu discurso de posse é que ele continua falando com os seus apoiadores, pois são eles que acreditam de fato, que há condição de mudar as coisas por decretos. Para observadores sensatos e pessoas racionais, no entanto, fica claro que é mais provável que a reviravolta que Trump pode causar é agravar as tensões e rivalidades, colocando em risco a democracia e a soberania de muitas nações e do seu próprio país, além de provocar uma crise no comércio global.

As pautas morais, hipocritamente defendidas pelo seu governo, atrai uma multidão que acredita ser possível delegar a governantes, decisões de caráter religioso como acontece nas repúblicas islâmicas. Infelizmente, até cristãos sinceros mal informados se imiscuem nessa prática perniciosa.
DEMOCRACIA OU PLUTOCRACIA?
Quem acredita na democracia estadunidense, representada pelos dois partidos, Democrata (1828) e Republicano (1854), é porque não conhece a definição de plutocracia. Há décadas que os estadunidenses são governados por uma plutocracia. Não importa se o presidente é Democrata ou Republicano, o poder é exercido por uma rede não autorizada, que opera com sua própria agenda.
Se houve uma novidade na campanha e eleição de Trump em 2024, foi a mudança de comportamento de representantes dessa plutocracia que não precisa mais de anonimato. Opositores, adversários e até inimigos declarados de Trump, passaram para o seu lado, apoiando a campanha e até aderindo ao seu governo abertamente, especialmente os bilionários controladores de Big Techs. O rompimento com a OMS significa maior aproximação com a Big Pharma que se prepara para uma provável nova crise sanitária que pode estar a caminho levando muita gente à morte.
PACIFICADOR?

No seu discurso, Trump se apresenta como responsável por ter parado o massacre palestino por parte de Israel, garantindo que porá fim à guerra entre Rússia e Ucrânia. Mas, ao mesmo tempo que quer parecer um pacificador, cai em contradição, dizendo no mesmo discurso, que vai tratar com dureza as nações que se opuserem ao uso do dólar americano como moeda de comércio; ameaçou fazer a anexação do Canadá como 51º estado do seu país; quer “comprar” a Groenlândia; ameaça mudar o nome do Golfo do México para Golfo Americano; e ainda ameaçou o indefeso Panamá dizendo que irá retomar o controle sobre o Canal do Panamá.

Trump não esconde o que é e nem o que pretende. É um nacionalista expansionista que acredita que seu país deve controlar o que acontece no planeta para benefício próprio. Deixou claro e patente que pretende continuar com o expansionismo de sempre, colocando os EUA acima de todos.
Se isso significa, como ele diz, tornar a América grande NOVAMENTE, o Brasil e a América Latina deve colocar a barba de molho, pois ele vai querer que essa parte do planeta volte a ser, de fato, o seu quintal.

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