Altivez ou Submissão: O Brasil entre a dignidade e o complexo de inferioridade
- Editor BN

- 31 de jul.
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Atualizado: 3 de ago.
31 de Julho: Dia Nacional do Vira-Lata e o Combate ao Complexo de Vira-Lata Nacional.
POR REDAÇÃO | BATATAIS NEWS | 31 DE JULHO 2025
Neste 31 de julho, o Brasil celebra o “Dia Nacional do Vira-Lata”, uma data criada para valorizar os cães Sem Raça Definida, promover a adoção responsável e reafirmar o compromisso com o bem-estar animal. No entanto, a simbologia desse dia transcende o universo dos pets e ecoa, com força inesperada, no debate nacional sobre soberania, autoestima e o papel do Brasil no cenário global.

Essa coincidência nos convida a refletir sobre o famigerado “complexo de vira-lata”, expressão imortalizada pelo dramaturgo Nelson Rodrigues após a trágica derrota da Seleção Brasileira para o Uruguai na Copa de 1950. Rodrigues via no trauma do Maracanazo um sintoma de algo mais profundo: uma autoimagem distorcida, autoflagelante, que fazia o brasileiro se ver como eternamente inferior, sobretudo diante das grandes potências.
“O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem.”
(Nelson Rodrigues)
Setenta e quatro anos depois, esse sentimento ainda paira como um espectro. O sociólogo Jessé Souza tem se debruçado sobre esse fenômeno, atualizando o conceito para além do futebol: segundo ele, o Brasil foi ensinado a se odiar, a desprezar sua cultura, sua história e seu povo - especialmente os mais pobres - como se o atraso estivesse em nosso DNA.
O resultado? Uma elite colonizada que prefere Miami a Manaus, Harvard a qualquer universidade brasileira, e que aceita com naturalidade que nossa função histórica seja a de quintal das grandes potências, em especial dos Estados Unidos.
Mas algo mudou.
Lula e a altivez de um Brasil que não abaixa a cabeça.
Na atual conjuntura geopolítica, o governo Lula tem se destacado por sua atitude altiva e soberana frente à pressão internacional - especialmente dos EUA, agora sob a liderança de Donald Trump, que deseja novamente empurrar o Brasil para uma posição subalterna, como fornecedor de commodities e receptor de ordens.
Pressionado a ceder tarifas em nome de acordos comerciais desequilibrados e com viés político ideológico fomentado pela extrema-direita brasileira, o Brasil, sob Lula, tem escolhido o caminho da resistência. Não se trata de um nacionalismo vazio, mas de um exercício legítimo de soberania. O presidente tem reiterado, em fóruns internacionais, e na imprensa mundial, que o país não está à venda e que as relações comerciais precisam ser construídas com equidade, sem chantagem ou servilismo.
Essa postura tem incomodado, sobretudo aos que ainda sofrem do “complexo de vira-lata”, e prefeririam ver o país de joelhos em troca de palmadinhas nas costas da velha metrópole. Para esses, qualquer gesto de independência soa como arrogância; qualquer defesa dos interesses nacionais, como "ideologia atrasada".
Mas o mundo está percebendo o contrário. Líderes globais têm reconhecido em Lula um estadista com peso e voz - algo que o povo brasileiro, por vezes, hesita em admitir. É o velho narcisismo às avessas em ação. Contudo, a história é implacável com aqueles que preferem ser colônia por conveniência.
Vira-lata? Sim. Mas com orgulho e dignidade
Curiosamente, ao olharmos para os cães SRD homenageados neste 31 de julho, percebemos uma lição silenciosa, porém poderosa. Eles são fruto da mistura, da resistência, da adaptação. Não seguem um padrão europeu de pureza, mas sobrevivem com bravura e lealdade. Não se curvam ao pedigree, mas são muitas vezes mais inteligentes, fortes e afetuosos que os “de raça”.
Talvez o Brasil precise assumir essa condição simbólica de vira-lata - não como vergonha, mas como força. Misturado, criativo, resiliente, e capaz de caminhar com as próprias patas.
O verdadeiro patriotismo não é cego, nem histérico, mas lúcido e altivo. E altivez não se aprende nos manuais da diplomacia ocidental, mas no exercício firme de dizer não à submissão e sim à dignidade nacional. O governo brasileiro, com todos os seus desafios, tem feito isso. E nesse gesto, reescreve - com coragem - a história de um país que já foi visto como vira-lata, mas agora mira o futuro como protagonista.
Nesta data simbólica, que possamos não apenas adotar mais um cão SRD, mas também adotar uma nova visão de Brasil: um país que vale a pena, que tem valor, e que não deve se curvar diante de ninguém.





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