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Juninho Gaspar: O desafio de governar e manter a democracia

  • jornaldeapoioedito
  • 9 de jan.
  • 3 min de leitura

A reeleição do prefeito Juninho Gaspar, ocorrida em um contexto inédito na história de Batatais, traz consigo uma série de expectativas e preocupações que merecem reflexão. Como candidato único capitaneando uma mega coligação multicolorida formada por 13 partidos políticos, o prefeito reeleitp inicia seu segundo mandato com ampla maioria política e administrativa a seu favor. Esta situação, ao mesmo tempo que representa um marco de estabilidade e unidade, também levanta questões sobre a pluralidade e o equilíbrio democrático no município.


AS PERSPECTIVAS POSITIVAS


A ampla aliança política que sustentou a candidatura única de Juninho, pode ser vista como um ponto de partida sólido para a continuidade de projetos e a execução de políticas públicas sem os entraves típicos das disputas partidárias. Com 14 dos 15 vereadores da Câmara Municipal alinhados ao governo, a tendência é que o trâmite legislativo seja célere, facilitando a aprovação de iniciativas prioritárias para o desenvolvimento da cidade.


OS RISCOS


Há muitos riscos para uma situação como esta, mas o maior perigo é a tendência de acomodação política em um cenário de tamanha homogeneidade. A falta de contestação pode levar à estagnação de ideias, falta de inovação e ao distanciamento dos anseios da população em relação às decisões públicas.


Além disso, a concentração de poder nas mãos de uma mega coligação pode minar o surgimento de novas lideranças políticas, enfraquecendo a renovação democrática no município. Aliás, o próprio fato de ter havido uma eleição sem concorrência já é uma sinalização de falta de lideranças.


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Há também o perigo de que interesses particulares de uma aliança tão ampla prevaleçam sobre o interesse coletivo. Uma coligação composta por 13 partidos naturalmente carrega consigo demandas e compromissos variados, o que pode resultar em conflitos internos ou concessões que desvie a administração dos seus objetivos.


CRISE?


A palavra crise tem origem no vocábulo latino “crísis” que significa “momento de decisão, de mudança súbita”. No grego, o termo “krísis” é usado para designar o momento da evolução de uma doença em agravamento, deixando o paciente entre a morte e a vida. Em uma palestra que fiz em passado recente, defini crise como uma situação que exige mudanças. Essas mudanças necessárias têm o potencial para melhorar ou piorar uma situação. Tudo vai depender das decisões tomadas.

 

Diante disso, pode-se dizer que Juninho Gaspar está em posição de construir um legado que poderá lhe conceder um lugar de destaque na história de Batatais, ou entrar para a história como um engodo. Para construir um legado positivo, será essencial que ele priorize a transparência, o diálogo com a população e garanta que as decisões sejam tomadas com base no bem comum, e não nos conchavos ditados pelos partidos que o apoiaram.


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A sua administração terá nos próximos quatro anos, o desafio de equilibrar a eficiência da máquina pública com o fortalecimento dos valores democráticos. A construção de canais de participação popular e a valorização de uma possível oposição como ferramenta de fiscalização, serão fundamentais para garantir que o seu governo não se transforme em um monólogo, mas em um diálogo constante com os anseios da população.


O segundo mandato de Juninho Gaspar carrega consigo um potencial transformador, mas também a responsabilidade de demonstrar que a concentração de poder político pode ser utilizada de forma ética, inclusiva e democrática. Resta agora aguardar como o prefeito conduzirá esse novo ciclo e como a sociedade batataense acompanhará, participará e cobrará os atos do governo.

 

 

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