O mundo à beira do fim
- Editor BN

- 20 de out.
- 6 min de leitura
O movimento “Sem Reis” nos EUA e os prenúncios de uma governança mundial demonstra a proximidade do encerramento da sexta dispensação bíblica.
Os sinais de uma era em declínio
Os acontecimentos recentes nos Estados Unidos, com o gigantesco movimento “No Kings” (“Sem Reis”), têm despertado atenção mundial. Milhões de pessoas foram às ruas para protestar contra o autoritarismo crescente e a concentração de poder no governo Donald Trump, denunciando o que chamam de “monarquia disfarçada em república”. Esse clamor civil por liberdade e justiça reflete algo mais profundo do que uma disputa política. Para os estudiosos das profecias bíblicas, o que se desenrola diante dos nossos olhos é o avanço de um processo global que prepara o terreno para o surgimento de um poder mundial unificado - o mesmo que a Bíblia descreve como o governo do Anticristo.

De acordo com a interpretação pré-tribulacionista e pré-milenista da escatologia cristã, estamos nos últimos momentos da dispensação da graça, ou era da Igreja, a sexta dispensação. O arrebatamento - evento em que Cristo virá para buscar os salvos antes da Grande Tribulação - está às portas.
O prenúncio de um governo global: do poder nacional ao poder supranacional
Os protestos do “No Kings”, que tomaram mais de 2.700 cidades americanas, de Nova York a Los Angeles, mostram o colapso da confiança nas instituições e o medo da concentração de poder. A mensagem “Democracy, not Monarchy” (“Democracia, não monarquia”) ecoa a resistência contra um sistema autoritário em construção. Mas, sob a ótica profética, tais movimentos podem estar apontando para algo maior: o nascimento de uma nova ordem mundial - um sistema de governança global que reunirá a elite econômica sob uma mesma bandeira.

A Bíblia descreve esse poder em Apocalipse 13.2-8, onde a “besta” - símbolo do Anticristo - recebe “poder, trono e grande autoridade” do dragão (Satanás). “E foi-lhe dado poder sobre toda tribo, e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra” (Ap 13.7-8).
A visão profética de João revela uma estrutura globalista com domínio econômico total: “E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal” (Ap 13.16-17).
Esse controle econômico absoluto está sendo precedido pela concentração de riquezas nas mãos de poucos. Multinacionais, conglomerados financeiros e grupos tecnológicos formam hoje uma oligarquia global, um poder supranacional que já submete governos, mídia e até instituições religiosas.
O “mistério da iniquidade” em operação
O apóstolo Paulo advertiu em 2 Tessalonicenses 2.3-4 sobre o surgimento do “homem do pecado, o filho da perdição”, que se exalta “acima de tudo o que se chama Deus”, sentando-se no templo de Deus e apresentando-se como se fosse o próprio Deus.
Ele também descreveu que “o mistério da iniquidade já opera; somente há um que agora o detém até que do meio seja tirado” (2 Ts 2.7). Segundo a teologia dispensacionalista, esse “que o detém” é o Espírito Santo atuando por meio da Igreja. Assim, o Anticristo só poderá se manifestar depois do arrebatamento, quando os verdadeiros crentes forem retirados da terra.
O cenário mundial caminha rapidamente para isso. A união de elites econômicas – alheias às ideologias de direita ou esquerda - está erguendo um poder global acima das nações. É a manifestação visível do “mistério da iniquidade”: um sistema de controle total, financeiro e digital, que já dita as regras da economia mundial.
A advertência divina contra a concentração de riquezas
Desde os tempos antigos, Deus advertiu o homem sobre o perigo do acúmulo de poder econômico, com as riquezas naturais nas mãos de poucos. No mandamento denominado “Ano do Jubileu” (Levítico 25), o Senhor ordenou que, a cada cinquenta anos, as terras voltassem aos seus donos originais, os escravos fossem libertos e as dívidas canceladas - um modelo de justiça social divina. O propósito era claro: impedir o domínio de poucos sobre muitos.
Mas o coração humano, dominado pela ganância, rejeitou essa lei. Jesus denunciou essa cobiça na Parábola do Rico Insensato (Lucas 12.16-21), quando um homem acumulou bens para si mesmo sem perceber que sua alma seria pedida naquela mesma noite.
Hoje, vemos o cumprimento desse mesmo princípio em escala global: corporações e bancos controlam moedas, terras, dados e governos. O poder de comprar ou vender está cada vez mais dependente de sistemas digitais e centralizados - prenúncio literal do cenário de Apocalipse 13.
A concentração global das riquezas
Historicamente, o capitalismo passou por várias fases - comercial, industrial, financeiro e agora informacional. Todas, porém, seguiram um mesmo curso: transferência de poder e riqueza das mãos de muitos para as mãos de poucos.
Do mercantilismo dos séculos XV e XVI às bolsas de valores modernas, o acúmulo de capital sempre produziu desigualdade e controle. Hoje, grandes corporações transnacionais superam o PIB de nações inteiras. Bancos e fundos de investimento determinam políticas públicas, enquanto plataformas digitais dominam a comunicação e o pensamento das massas.
Nem mesmo regimes socialistas escapam dessa lógica. A China, por exemplo, mescla controle estatal e capitalismo corporativo, centralizando poder e riqueza em escala planetária. Trata-se, em essência, do mesmo processo profetizado: o nascimento de um império global que unirá economia, política e religião sob um só comando do Oriente ao Ocidente.
“No Kings”: a rebelião tardia contra o autoritarismo e o prenúncio do caos
O movimento “No Kings”, que teve como auge aa manifestações de 18 de outubro de 2025, com mais de sete milhões de manifestantes nos Estados Unidos, marca um divisor de águas. É o maior protesto cívico desde a Guerra do Vietnã. O lema “Sem Reis” expressa a resistência à concentração de poder e ao colapso democrático.

Da perspectiva profética, tal cenário, que revela o enfraquecimento das democracias e a possibilidade de um líder forte – é exatamente o ambiente em que o Anticristo surgirá. A Bíblia ensina que, durante a Tribulação, as nações entregarão seu poder e autoridade à “besta”: “Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta” (Apocalipse 17.13).
A aparente luta por democracia pode ser, paradoxalmente, o caminho para o absolutismo global. Quando as instituições ruírem e o medo dominar, o mundo clamará por ordem - e aceitará a liderança do falso messias buscando paz e segurança.
O arrebatamento e o fim da dispensação da Igreja
Pela teologia dispensacionalista pré-tribulacionista, a Igreja - Corpo de Cristo - será retirada da Terra antes da manifestação do Anticristo e do período da Grande Tribulação. Jesus prometeu: “Porque guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo” (Apocalipse 3.10).
Após o arrebatamento, o Espírito Santo cessará sua obra restritiva e o “iníquo” será revelado. O mundo entrará então no “Tempo de Angústia de Jacó” (Jeremias 30.7), um período de juízo e sofrimento sem precedentes para Israel e, consequentemente, para as nações. Apenas um terço do povo judeu sobreviverá à tribulação e reconhecerá Jesus como o Messias prometido no momento de sua revelação, a denominada Segunda Vinda de Cristo (Zacarias 13.8-9), quando Jesus voltará visivelmente para estabelecer o Reino Milenar, conforme Apocalipse 20.4, reinando com justiça sobre as nações. Nesse tempo haverá paz em Jerusalém, pela qual os crente oram.
O relógio profético está marcando os últimos minutos
Tudo indica que o mundo está se movendo rapidamente para o cenário descrito nas Escrituras. A concentração de poder, a perda das liberdades civis, o colapso moral e espiritual e a ascensão de uma elite global são evidências claras de que o “mistério da iniquidade” está chegando ao seu clímax.
Enquanto a humanidade se prepara para uma nova ordem mundial, o céu se prepara para um evento glorioso: o arrebatamento da Igreja. “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares” (1 Tessalonicenses 4.16-17).
Os sinais estão à vista. O palco está montado. O tempo da Igreja está se encerrando. E o Rei dos reis está prestes a voltar - não como um governante terreno, mas como o Senhor da Glória, para instaurar Seu Reino eterno de justiça e paz.
MARANATA! “Ora, vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22.20)
Pr. Carlos Alberto Moraes
Pastor Batista e jornalista





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