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11 de setembro: duas faces da mesma ferida imperialista

  • Foto do escritor: Editor BN
    Editor BN
  • 11 de set.
  • 2 min de leitura

O dia 11 de setembro se tornou, na história recente, uma data marcada pela dor, pela violência e pela manipulação do poder. Dois momentos distintos, separados por quase três décadas, mas unidos pelo fio invisível da geopolítica: em 1973, no Chile, os tanques e aviões militares selaram a destruição de um projeto democrático e popular sob o olhar cúmplice - e financiador - de Washington; em 2001, os Estados Unidos provaram em seu próprio território o gosto amargo da vulnerabilidade, para em seguida transformar a tragédia em combustível para a expansão de sua máquina de guerra.

 

O Chile como laboratório do imperialismo

 

O bombardeio do Palácio de La Moneda não foi apenas a queda de Salvador Allende. Foi o triunfo de um projeto imperialista que não tolerava, no quintal latino-americano, qualquer experiência de autonomia ou justiça social. Sob as ordens de Pinochet, e com o apoio irrestrito da CIA, o Chile foi transformado em campo de testes para o neoliberalismo selvagem. A repressão brutal contra trabalhadores, camponeses e intelectuais foi o preço pago para que a América Latina permanecesse ajoelhada.

 

O 11 de setembro estadunidense e a nova face do controle global

 

Quando os aviões atingiram o World Trade Center em 2001, o império mostrou ao mundo que também podia sangrar. Mas o luto nacional rapidamente foi instrumentalizado. A dor virou discurso, o medo virou doutrina, e o planeta entrou na era da “guerra ao terror”. Afeganistão e Iraque pagaram o preço em vidas, enquanto a vigilância global se consolidava.

 

Na América Latina, esse mesmo discurso justificou a ampliação da presença militar estadunidense, especialmente na Colômbia, sob a máscara do combate ao narcotráfico e ao terrorismo. Era a mesma engrenagem: ontem o combate ao comunismo; hoje o combate ao terror. No fundo, a mesma obsessão por manter o continente sob rédeas curtas.

 

Duas tragédias, uma lógica

 

O 11 de setembro de 1973 e o de 2001, embora tão diferentes em cenário e protagonistas, compartilham uma essência: ambos revelam como o imperialismo opera. No Chile, patrocinando golpes e ditaduras. Nos EUA, convertendo o sofrimento em arma política. De um lado, o esmagamento de um povo que ousou sonhar. Do outro, a manipulação da dor nacional para justificar guerras sem fim.

 

Memória e resistência

 

Lembrar dessas datas não é apenas um exercício histórico. É um ato político. É afirmar que a América Latina não pode aceitar o destino de quintal. É dizer que a dor das vítimas do terrorismo não pode ser usada como moeda de poder. É denunciar que o imperialismo, seja de botas militares ou de drones teleguiados, segue sendo a maior ameaça à soberania dos povos.

 

O 11 de setembro, em qualquer de suas faces, é um lembrete amargo de que a luta pela autodeterminação continua.

 

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