Cara ou Coroa? A democracia oligárquica dos EUA
- jornaldeapoioedito
- 5 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Nos Estados Unidos, o sistema bipartidário dominado por Democratas e Republicanos cria a impressão de que os eleitores têm uma escolha real. No entanto, essa percepção é questionável. A verdade é que, independentemente de quem ocupa a Casa Branca, o poder verdadeiro permanece nas mãos de uma elite poderosíssima que nunca mostra a cara.
Os dois partidos principais têm suas diferenças, mas ambas as facções são, em última análise, os dois lados da mesma moeda. O Partido Democrata, toscamente, defende uma justiça social nunca praticada, enquanto os Republicanos defendem valores conservadores ¹. No entanto, essas diferenças são frequentemente obscurecidas por interesses comuns que beneficiam essa oligarquia dominante que não mostra a cara.
A eleição de hoje, cinco de novembro de 2024, não é exceção. A disputa é marcada por paixões ideológicas e morais dos eleitores, em vez de questões substanciais de governo. Enquanto os candidatos disputam o apoio popular, a oligarquia sem rosto exerce sua influência e poder nos bastidores, sabendo que o controle está em suas mãos, tanto nas políticas internas quanto nas externas. A eleição popular deste cinco de novembro, nada mais é do que atirar uma moeda para o ar no jogo simples de cara ou coroa para ver que ocupará a Casa Branca com seu aparato de segurança e mordomias pelos próximos quatro anos.
O conceito de "Deep State" que descreve essa oligarquia sem cara, refere-se à ideia de que existem forças poderosas operando fora do escopo da democracia representativa, através de um Colégio Eleitoral, com 538 delegados, que define a presidência dos EUA, influenciando decisões políticas em benefício próprio. É evidente que os interesses dessa oligarquia entrelaça e transcendem as fronteiras partidárias entre Democratas e Republicanos.
Em vez de se concentrar em questões reais de governo, a campanha eleitoral é dominada por debates ideológicos regado a desinformações e recheado de pautas morais e religiosas cercadas por um nacionalismo narcisista incomparável. Nada disso, no entanto, altera o controle oligárquico que está acima das duas agremiações partidárias, permanecendo nas mãos daqueles que controlam dinheiro e poder.
O que ocorre no momento, e um enfraquecimento do poder imperial dos EUA, enquanto vai surgindo, a nível internacional, questionamentos sobre o uso político do dólar contra inimigos externos que ameaçam a hegemonia estadunidense. Nessa nova dinâmica, surgem inquietações internas da oligarquia devido ao fato de haver, internamente, uma crescente parcela de cidadãos que exige maior transparente do governo.
A escolha de hoje entre Kamala Harris e Donald Trump leva a apostas e muitas inimizades, mas não afetará, em nada, a posição da oligarquia que ganha sempre, seja com cara ou coroa.
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